André Schiffrin fala do monopólio das grandes editoras
08/01/2013 23:49
Grandes fusões editoriais, como das unidades de livros das megaempresas americanas Bertelsmann e Pearson - a Random House e a Penguin, respectivamente - que controlam 25% do mercado livreiro americano trazem consequências para o Brasil. "Eles acabam de comprar a Companhia das Letras. Por muito tempo o país (Brasil) esteve protegido disso, mas agora é tragado pelo mesmo sistema global", afirmou o escritor e editor franco-americano André Schiffrin em entrevista no programa Roda Viva, exibido na TVE nesta segunda-feira (07/01). Ex-editor da Pantheon Books, em Nova York, ele abandonou o cargo para fundar a New Press em 1990, uma editora sem fins lucrativos.
No debate firmado pelo apresentador Mário Sergio Conti e seus convidados de bancada, Schiffrin chama atenção para o monopólio de grandes livrarias e livreiros, que buscam vencer a concorrência de novas tecnologias. "A Amazon (que trabalha com e-books) deixou claro que quer eliminar as livrarias. Não há leis específicas sobre preços fixados. Tanto ela, como as grandes empresas querem ter o monopólio total. Isso é muito perigoso", alerta. Outros assuntos como leis anti-monopólio, mundo digital e a reinvenção do livro podem ser conferidas no programa, que será reprisado na madrugada desta quinta-feira (11/01), à 1 hora.
Saiba Mais
André Schiffrin é o filho de Jacques Schiffrin, que emigrou para a França e brevemente fez sucesso lá como editora da Bibliothèque de la Pléiade. Por quase 30 anos, ele foi diretor de publicação no Pantheon Books, onde foi parcialmente responsável por introduzir as obras de Pasternak , Foucault e outros para a América. Em 1990, estabeleceu a organização sem fins lucrativos The New Imprensa. Schiffrin discute o que ele considera como a crise no mercado editorial ocidental, em seu livro O Negócio do Livro: Como os conglomerados internacionais assumiu Publishing e mudou a maneira como lemos (2000).
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