29/11/2012 01:35
Preocupado com o ritmo fraco dos investimentos, que devem ter registrado, no terceiro trimestre, a quinta queda consecutiva, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ao jornal Folha de S. Paulo que o governo vai tomar mais medidas "pró-crescimento" da economia. Entre elas, anunciou a prorrogação por mais um ano do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), a inclusão de novos setores na lista dos beneficiados pela desoneração da folha de pagamento e a concessão ao setor privado dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (Grande Belo Horizonte). "Nós vamos prorrogar o PSI, incluir novos setores na lista da desoneração da folha e lançar programas de investimento nos setores portuário e de aeroportos", disse o ministro da Fazenda. O PSI, programa do BNDES que financia compras de bens de capital e tem hoje taxa de juros negativa (menor que a inflação), vence no fim deste ano. Sua renovação era reivindicada pelos empresários sob o argumento de que só agora, com o início da recuperação da economia, eles começaram a planejar investimentos em expansão. Ou seja, o programa poderia deixar de existir exatamente no momento em que as empresas vão começar a precisar mais dele para financiar a ampliação de seus negócios produtivos. A meta, diz Mantega, é transformar os investimentos no "carro-chefe" da economia, crescendo 8% em 2013 e 12% em 2014, recuperando-se do tombo deste ano - quando devem recuar cerca de 3%.Com isso, disse, o governo quer garantir que seja sustentável a retomada do crescimento da economia brasileira. Ele prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que será divulgado amanhã pelo IBGE, subirá pelo menos 1%. "Fico satisfeito com qualquer número de 1% a 1,3%. Se for 1%, será um crescimento anualizado de 4%", afirmou Mantega. Ele admite ser um resultado "nada espetacular", mas destaca que é um "crescimento gradual".O PIB brasileiro cresceu 0,4% de abril a junho, após ter expansão de 0,1% nos dois trimestres anteriores. No terceiro trimestre de 2011, a economia encolheu 0,2%. Mantega não quis antecipar quais setores serão incluídos na lista da desoneração da folha de pagamento. "Vamos anunciar novos setores. A generalização da desoneração é um processo que vai ocorrer ao longo do tempo, de modo que, em algum momento, ela será plena."
Fonte: UOL ECONOMIA
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