16/10/2012 08:31
Segundo especialistas, segmento requer investimento em produção de celulose de fibra longa
Executivos que representam as maiores indústrias de celulose e papel do país participaram, em 09 de outubro, de um debate sobre as perspectivas do setor promovido durante o ABTCP 2012 - 45º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel,realizado noTransamérica Expo Center, em São Paulo (SP). Durante o evento, o diretor comercial de papéis kraft da Klabin, José Gertrudes Soares, alertou para a falta de investimentos em projetos que contemplem a produção de celulose de fibra longa, utilizada nos papéis para embalagens. Segundo ele, a atual capacidade só será suficiente para atender à demanda nos próximos cinco anos. "Praticamente todos os grandes projetos anunciados no Brasil contemplam a produção de celulose de fibra curta branqueada. Por conta disso, a indústria de papel kraft está tendo que rever seu modelo de negócios e reciclar muito mais", justificou Soares, ao destacar que o país precisa investir em ativos florestais de pinus. "Atualmente, em função da crise, há uma sobra de fibra nos Estados Unidos da ordem de 3,7 milhões. Entretanto, quando a economia americana se recuperar, vai faltar matéria-prima", acrescentou o executivo.
Outra questão abordada pelos participantes do debate foi a competitividade do setor de celulose e papel. Para o diretor industrial da Fibria, Francisco Valério, essa indústria é e continuará sendo competitiva, mas saltos de produtividade precisam ser dados. "Não dá para pensar em ganhos significativos utilizando os processos atuais. É fundamental investir em excelência operacional para se obter resultados sustentáveis", observou. Segundo o executivo, a Fibria formou desde 2000 mais de 200 profissionais por meio da realização de cursos de especialização in company em celulose e papel.
O diretor executivo de operações da Suzano, Ernesto Pousada Jr., destacou a biotecnologia como um caminho sem volta para garantir a competitividade do setor de celulose e papel, assim como a consolidação em nível global. "Hoje, as dez maiores empresas representam apenas 40% do mercado, que é bastante pulverizado. Nesse sentido, a consolidação proporcionaria sinergia e reduções expressivas de custos", disse.
ABTCP
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Fonte: Publish
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