18/04/2012 13:40
Brasília- Inovação e sustentabilidade devem caminhar em paralelo, defende a diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mônica Messenberg. Na abertura do Seminário Internacional sobre Economia Verde, o Green Economies Dialogue , realizado nesta segunda-feira, 16 de abril, na sede da CNI, em Brasília, Messenberg disse que a criação de um ambiente propício ao crescimento empresarial é fundamental para o desenvolvimento de uma economia com práticas e metas voltadas para o uso mais eficiente do meio ambiente.
"Um país em desenvolvimento não pode abrir mão, neste momento, da questão social e de emprego. O setor industrial brasileiro enxerga a questão ambiental não como problema ou restrição, mas como oportunidade", destacou. Outro ponto fundamental apontado por ela, e que hoje é um entrave ao avanço na adoção de práticas sustentáveis, é a estabilidade jurídica. A legislação para o setor é complexa e, muitas vezes, deixa brechas para questionamentos, aumentando o processo de judicialização. "Precisamos de regras claras para o crescimento da indústria e investimento internacional", disse a diretora da CNI.
Além de conferir sustentabilidade às empresas na transição para uma economia verde, a inovação pode ser decisiva para alcançar metas de mitigação ambiental. Leon Clarke, da Joint Global Change Research Institute, acredita que o desenvolvimento de novas tecnologias é o que vai tornar viável a redução de custos para adoção de ações que diminuam o impacto no meio ambiente. "A tecnologia por si só não é suficiente, mas é essencial num ambiente de viabilidade política e social para o cumprimento de metas", afirmou.
Engajamento -Para a diretora de Relações Institucionais da CNI, com base na percepção de impacto na economia e importância da inovação, a indústria alcançou um importante papel no debate sobre economia verde e hoje atua como interlocutor com a comunidade internacional e governos, o que pode ser observado na preparação da Rio+20. Informou que a CNI elabora documento com o posicionamento de 16 setores estratégicos para a economia nacional. "Existe uma importante mobilização da indústria. Meio ambiente não é futuro, é presente, e nós estamos engajados", ressaltou Mônica Messenberg.
Essa maior participação do setor industrial no debate sobre sustentabilidade, segundo Marcelo Kós, da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), demonstra uma mudança na compreensão da questão ambiental. "Houve uma evolução, os interesses ambientais passaram a ter maior interlocução com interesses sociais e econômicos. A indústria hoje não é mais vilã, é parceira", afirmou. A responsabilidade da indústria, na visão do ex-ministro do Meio Ambiente e consultor da Fundação Dom Cabral, José Carlos Carvalho, aumenta o nível de cobrança da sociedade por resultados práticos.
"Lideranças políticas, não apenas governamentais, estão sendo pressionadas pela implementação dos compromissos já assumidos. Precisamos aproveitar o que já é consenso para mudar de patamar, criar um plano de ação, com metas mensuráveis", provocou Carvalho. Segundo ele, o Brasil não fará sua transição para a sustentabilidade com políticas de desenvolvimentos pensadas nos anos 70. É preciso incorporar conceitos "verdes" nas políticas tributária e fiscal, por exemplo. "Fazemos isso apenas de forma pontual, como a redução do IPI", reforçou.
O governo brasileiro, de acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, levará para a Rio+20 inovações políticas voltadas para a sustentabilidade, como o Bolsa Verde - um programa que atendeu 18 mil famílias de baixa renda em 2011 com a provisão de bolsas para quem evitar o desmatamento. "Não tem como dissociarmos inclusão social e crescimento econômico de sustentabilidade", afirmou Gatani, reforçando o posicionamento do governo e de demais países emergentes quanto à necessidade de aliar a discussão da Rio+20 aos temas sociais das nações.
O Green Economies Dialogue no Brasil foi promovido pela CNI. É um projeto desenvolvido pelo United States Council for International Business (USCIB), com o objetivo de envolver o setor privado nos temas da Rio+20. O seminário já ocorreu em Washington, Paris, Beijing e Tóquio. O Brasil, que será sede da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, fecha o ciclo de discussões.
Participaram representantes de empresas, de setores da sociedade civil, de organismos internacionais e do governo federal. Esteve presente também o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.
Fonte: CNI - www.cni.org.br
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