07/03/2012 23:38
Seis motivos para o fracasso das intranets (e das redes sociais corporativas)
Muitos já pregaram o fim das intranets - afinal, catástrofe sempre dá ibope. Entretanto, não existe empresa de médio ou grande porte que não tenha uma…
O problema é que a maioria está realmente moribunda, à deriva, boiando na lagoa informacional, sem direção e, portanto, sem agregar valor. Mas, afinal, porquê? Tem que ser assim? Qual o caminho para mudar esse cenário?
A resposta fácil atende pelo nome de "rede social corporativa", que muitos defendem ser o substituto das velhas intranets - será?
Atuando nesse mercado desde 1999, com dezenas de projetos "nas costas" (e tendo organizado quatro edições doPrêmio Intranet Portal), ouso afirmar que as causas concorrentes para esse cenário giram em torno de seis itens principais. Segue a lista, numa abordagem absolutamente pragmática:
1.Falta de foco/propósito
Intranet pra quê? Fórum pra quê? Rede social corporativa pra quê? Desde a mais simples funcionalidade até a intranet como um todo, estamos falando sempre de uma ferramenta. Logo, ela émeiopara se alcançar um objetivo (no caso, de produtividade, de negócio).
Entretanto, as organizações insistem em construir ambientes onde o caráter funcional prevalece.Os meios viram fins - e a confusão começa.
Sem clareza de propósito, como esperar que a alta direção dê valor a uma iniciativa de intranet? E como esperar que os usuários compreendam o seu potencial, adotando a plataforma no seu uso diário?
2.Falta de alinhamento estratégico
Primo-irmão da falta de propósito é a falta de alinhamento estratégico. Exatamente pelo fato de que éo planejamento estratégico da organização que dá propósito à intranet… Se ela é meio, estamos diante de uma ferramenta tática, que pode ser excepcional para alavancar várias iniciativas internas. Afinal, muitas delas dependem de boa comunicação, interação e informação facilmente acessível.
Isso significa que uma intranet avançada não deve ter foco apenas nousuário final(embora ele seja também uma prioridade) - ele é apenas um dos "senhores" a quem ela deve servir. O outro éa organização como um todo.
Entretanto, a maioria dos profissionais envolvidos com intranets não tem a visão de onde elas podem chegar (salvo honrosas e importantes exceções). Pensam pequeno, normalmente limitados pela sua formação específica
3.Carência de competências-chave
Isso nos leva ao próximo motivador:falta gente capacitada nas empresas. E a falta de visão estratégica, citada acima, não é a única competência ausente.
Afinal, o principal propósito de intranets avançadas é ser uma plataforma de gestão da informação e do conhecimento. Deixar o conteúdo facilmente acessível e unir as pessoas capazes de trabalhar sobre ele para gerar novo conhecimento -conteúdo & colaboração, a boa velha dobradinha da aprendizagem, é a base de tudo que se faz numa intranet.
Mas quem entende de estruturar a informação? Profissionais de Ciência da Informação (e/ou de Biblioteconomia e/ou de Arquivologia). E quem entende de gente, capaz de mobilizar corações e mentes para estimular o processo de colaboração? Profissionais deRH, em tese.
Salvo exceções, não há profissionais de Ciência da Informação nas empresas. E os de RH, em sua maioria, têm fobia da tecnologia. É como querer fazer um CRM funcionar sem ninguém que entenda de vendas…
Mas não falta só gente que conheça e que tenha visão. Falta gente.
4.Equipe insuficiente
No "Relatório Intranet Brasil 2008-2010", levantamos números, com base nas informações dos concorrentes ao Prêmio Intranet Portal, que não me deixam mentir:51% dos casos concorrentes nas três edições até então reportaram que a "equipe intranet" era formada de 1 ou 2 pessoas apenas (part time…). Em 71% dos casos, havia até 3 pessoas envolvidas… Em minha experiência como consultor, cansei de ver esse cenário…
Pergunto: quais as chances de sucesso de uma iniciativa corporativa, que envolve várias competências, em organizações de médio ou grande porte, que conte com a dedicação de uma ou duas pessoas - quase sempre de forma não integral? Pequenas, não?
5.Falta de uma abordagem multidisciplinar
A maioria das intranets é tocada ou por TI, ou por Comunicação. Poucas são tocadas por um comitê. Quase nunca o RH está presente.
Entretanto, ela é uma "solução sócio-técnica" e transversal, já que informação e conhecimento o são. Isso significa que, para dar certo, é preciso olhar tanto a tecnologia quanto o conteúdo e a colaboração. E nenhum departamento, sozinho, detém todas essas competências numa organização…
Ironicamente, a maior força de uma intranet avançada - a sua capacidade de suportar diversos processos e áreas, já que lida com informação e conhecimento, insumo para muitos - é também a sua maior fraqueza, pois demanda um esforço interdisciplinar que a maioria das organizações tem dificuldade em executar.
6.Baixa prioridade para o backoffice
Boa parte das adversidades que relatei anteriormente tem como pano de fundo o fato de que a intranet é algo voltado para os colaboradores - e não para o cliente final. Quem milita no mundo corporativo sabe: se a conexão de um projeto for com ocoredo negócio, com o faturamento e/ou com a lucratividade, terá toda atenção. Se for para o pessoal que carrega o piano… bem… digamos que é um tanto menor…
Mais uma vez, não é um problema das intranets, mas sim do modo como o capitalismo vê as coisas…Backoffice é igual à baixa prioridade, essa é a verdade(sem qualquer discurso ideológico piegas).
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Há um número crescente de casos de sucesso, que são o oposto de tudo que relatei, inclusive em em terras tupiniquins. Basta ver os vencedores doPrêmio Intranet Portal(que já teve quatro edições e consagrou trabalhos de alto nível, tanto entre organizações públicas quanto em empresas privadas).
E não se engane: a soluçãonãoestá na "substituição das intranets por redes sociais corporativas"… essa é a aparente "saída fácil", que muitos vem apregoando.
Asredes sociais corporativas(como também a web 2.0) trouxeram um frescor e uma renovação às intranets (e aos processos de aprendizagem organizacional), massão parte dessa solução (e não substitutos). Infelizmente, troque "intranet" por "rede social corporativa" no meu texto e ele ainda fará total sentido e se manterá fiel à realidade das organizações.
A verdade é que construir plataformas que suportem a gestão da informação e do conhecimento está longe de ser algo trivial e envolve várias competências, recursos e visão. Mas está longe de ser algo impossível ou inviável.
Sim, intranets básicas, unidirecionais, estão fadadas ao fracasso- não é de hoje que se sabe disso. Se você quiser fazer algo simplório, apenas para levar notícias aos colaboradores da sua empresa, é melhor desistir agora: os custos não justificam o investimento.
Mas não precisa ser assim: a concepção do que é uma intranet avançou muito ao longo dos últimos dez anos, embora a maioria das pessoas ainda tenha em mente aquela coisa monótona e chata, onde o conteúdo mais interessante era o cardápio do restaurante ou a lista de aniversariantes…
Intranets de ponta olham antes para o negócio, contam com recursos e competências mínimas e incorporam tudo de bom que a web 2.0 e as redes sociais trouxeram para o mercado . Os resultados estão aí:Banco do Brasil (Diretoria São Paulo), Método Engenharia, ONS, Ferrous, Eletrobras, Documentar e ENSP/Fiocruz- para citar apenas os vencedores do Grand Prix ao longo das últimas quatro edições do Prêmio Intranet Portal - mostram que o esforço vale a pena (e muito).
Fonte: HSM
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